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domingo, 22 de janeiro de 2017

Só liberar dinheiro não resolve a crise nas prisões do Brasil'!! veja mais.....

Desde janeiro, cinco rebeliões deixaram ao menos 138 mortos em presídios nos Estados do Amazonas, de Roraima e do Rio Grande do Norte. As fugas chegam a 220. O sistema prisional do Brasil parece um barril de pólvora pronto a explodir em um país em que há 622.202 pessoas atrás das grades. "Não há uma solução rápida, a curto prazo", admite o analista criminal e doutor em Ciência Política pela Universidade de São Paulo (USP) Guaracy Mingardi, membro do Fórum Brasileiro de Segurança Pública.Com a experiência de quem, aos 61 anos, já foi policial, subsecretário nacional de Segurança Pública e secretário de Segurança de Guarulhos (SP) e também atuou em uma CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) sobre o crime organizado e na Comissão Nacional da Verdade, Mingardi defende que resolver esse problema exige ir além de disponibilizar mais recursos financeiros. "Só liberar dinheiro não resolve. Os três planos de segurança anteriores fizeram apenas isso e não resolveram nada", diz ele. De acordo com o mais recente Levantamento Nacional de Informações Penitenciárias (Infopen), de dezembro de 2014, o Brasil tem a quarta maior população penitenciária do mundo, atrás de Estados Unidos (2.217.000), China (1.657.812) e Rússia (644.237).O relatório ainda traça um perfil dos detentos brasileiros: 55% têm entre 18 e 29 anos, 61,6% são negros e 75,08% completaram o ensino fundamental. Além disso, 40% estão presos provisoriamente, ou seja, ainda não foram condenados pela Justiça de primeira instância.Mobilização Foi neste contexto que o governo anunciou em 6 de janeiro um Plano Nacional de Segurança --o quarto desde 2000. O novo plano prevê construir cinco presídios federais, acelerar na liberação de verba para o fundo penitenciário --R$ 32 milhões para cada Estado, aprovados no fim do ano passado para erguer novos presídios e que serão liberados agora-- e transferir presos envolvidos nos massacres no Amazonas e em Roraima. "Este plano não traz nada de novo, nada importante. É apenas contingencial e não soluciona o problema", critica Mingardi. Os três pontos prioritários, segundo o governo, são: reduzir homicídios, feminicídios e a violência contra a mulher; combater o crime organizado, principalmente o tráfico de drogas e de armas; e modernizar e racionalizar os presídios. "Quando acontecem crises de segurança pública no Brasil, todo mundo se mobiliza, mas, depois de dois meses, isso passa. Nunca são propostas mudanças estruturais", afirma Mingardi.

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